terça-feira, 16 de abril de 2013

Quem converte não se diverte

Ter uma moeda fraca em relação às principais do restante do mundo cria uma inconveniente barreira para os brasileiros viajarem. Muitos deixam de conhecer destinos internacionais não por conta do valor da passagem aérea e sim pelo gasto que sabem que terão fora do Brasil.
De fato dói bastante gastar em dólar, euro, libra nem se fale! Quando o que é comprado continua valendo a pena mesmo depois de se calcular a conversão, ótimo! Mas o problema é quando o viajante começa a se viciar em converter tudo que se compra ou se gasta, sobretudo os não-duráveis (alimentos e bebidas) e entretenimento.
Minha dica é: não entre nessa nóia!!! Seja pouco ou seja muito a quantia que você leva no bolso, no instante em que sair do Brasil, pare de pensar em "real", pense em "unidade de dinheiro". Por exemplo: em Roma uma pizza individual custa na faixa de 10€, se fizer a conversão, chegará próximo aos R$30, o que é caro pruma pizza que serve até duas pessoas sem muita fome. Portanto nessa hora pense: tenho X no bolso, após comer essa deliciosa pizza tipicamente italiana em plena Roma terei X-10. Além de se tornar uma matemática financeira bem mais simples, você passa a agregar valor ao que se está comprando, e não se tratará somente de uma alimentação, e sim um momento em que você cunha em sua memória. No Brasil você pode até comer uma pizza maracanã por menos de 10€, mas será que ela te fará tão feliz e será tão memorável quanto a pizza italiana em Roma? Perceba que você paga não somente pela farinha de trigo, queijo e molho de tomate, você paga pela toalha quadriculada, pela genuinidade dos produtos, pelo burburinho italiano ao seu redor, pelo "grazie mille" do garçom etc.
Sem mencionar os gastos com entretenimento (que pra mim são os mais importantes em uma viagem)... Certa vez meu irmão me ensinou um importantíssima lição: estávamos em Ibiza e tínhamos nos deslocado pra muito longe pra ir a uma boate que pensávamos custar 30€, mas chegando lá era 60! Eu olhei pra cara dele e perguntei "e aí, o que vamos fazer?" Ele prontamente respondeu "vamos entrar ué! Não viemos até aqui pra perguntar quanto é a entrada e voltar pra casa, vim pra zoar tudo e é isso que eu vou fazer!" Obviamente estávamos numa situação em que podíamos nos permitir o capricho de gastar um pouco mais, mas o X da questão e a conclusão que eu tirei daquele dia foi: economize sempre que você puder, pois quando você não puder, você não vai poder. Parece um raciocínio idiota, mas que faz todo sentido, e se aplica muito bem em viagens. Num dia você vai fazer um programa irado de graça, no outro infelizmente você terá que desembolsar algum pra literalmente entrar na dança.
Gostaria de deixar claro que minha dica não é um incentivo ao gasto exorbitante, inclusive eu sou um viajante bem econômico (já dormi em puff de piscina, sofá, chão e rua... Já comi kebab/gyros pita por duas semanas, o mesmo sanduíche por 48h e até esmola de banana na feira já aceitei), o meu post é um alerta para que vocês, estimados amigos viajantes, não se privem de comidas, bebidas, festas e momentos inesquecíveis por conta de uma mera questão cambial. Faça uma estimativa de quanto você poderá gastar por dia e seja feliz dentro do seu orçamento, pois acreditem, ser feliz depende de uma coisinha de nada e pode custar menos caro do que se imagina... Essa lei é internacional e vale até mesmo para os lugares onde Deus é uma nota de 100! Palavras de quem já foi feliz por muito pouco ou quase nada tenha sido em Monte-Carlo, New York ou Dubai.






4 comentários:

  1. Cada vez melhor!! Boa Alma ... VQV!!

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  2. Lendo isto me lembrei que, em 2003, paguei R$ 28,00 por um copo de chopp em Paris. kkkkkk. Naquele ano, o Euro estava a R$ 3,50. Pelo menos, não fiquei alcoolizado no estrangeiro.

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  3. Mto bom Léo, faz todo sentido.

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