sábado, 27 de abril de 2013

I, I follow, I follow you... "Gipsy maybe I'll beat you"

Um post rápido, tão rápido quanto a ação dos gatunos tema desse post.
Cuidado com os seus pertences durante as viagens!!! Quis Deus que eu nunca passasse por isso, mas posso imaginar a desolação sentida por um viajante que teve seus pertences roubados durante sua viagem, sobretudo se seus documentos e dinheiros forem embora nessa. Encerrar prematuramente uma viagem, tendo que ir a embaixada pra requerer uma autorização de retorno ao Brasil não me parece nada interessante.
Como disse, nunca vivi essa experiência como vítima, e claro, também não como vilão, porém quis Deus que eu tivesse o meu dia de mocinho. A cada viagem, você vai amadurecendo, ganhando experiência, ficando com o alerta mais aceso e a vista mais afiada.
No meu grand tour europeu de 2010, vi e vivi muita coisa, e aprendi a evitar a oportunidade e até mesmo a combater o incidente. Brasileiro, com síndrome de cachorro vira-lata, tende a achar o Brasil um antro de pivetes e ladrõeszinhos, e nós de bom senso, sabemos bem que eles existem, mas que também não chega a ser nada digno dos filmes. Digo isso principalmente pelo depoimento de todos os estrangeiros que conheço (não são poucos) que já visitaram o Rio, a porcentagem de reclamação é quase nula. Mas o mais engraçado em relação aos brasileiros com essa síndrome, é que eles acham que a Europa é um continente de primeiríssimo mundo, onde todos estão imunes a estes incidentes. Normalmente são esses os primeiros a serem furtados/roubados, por viajarem numa zona de conforto e desatenção que pode ser fatal.
Voltando ao GTE de 2010, conheci as principais capitais do continente, de Atenas à Estocolmo, de Zagreb à Lisboa, quase todas registram a presença oportunitas, que normalmente vêm de países subdesenvolvidos nos arredores europeus, à procura de um ganha pão, alguns honestasmente, outros não. Uns se dizem "ciganos". Eis que um dia, caminhava tranquilamente pela orla da praia de Barcelona, até que vi um burburinho, me aproximei e perguntei a um escultor de areia o que estava acontecendo.
ele: "aaah meu amigo, é TODO dia isso aqui! Vocês turistas vêm pra cá achando que tá tudo muito seguro, e aí esses safados se aproveitam. O que aconteceu agora foi que duas meninas foram mergulhar e simplesmente deixaram as suas coisas na areia, sem que ninguém as vigiasse... passou um "cigano" e pegou a câmera delas... sorte que um vendedor de bebidas viu e o impediu". O ocorrido não me surpreendeu nem assustou em nada, isso ocorre toda hora na orla do Rio, mas o que me espantou foi a cara de pau e tranquilidade que o "cigano" foi embora após o ocorrido: ele saiu andando, assoviando praticamente... aquilo sim me deixou boquiaberto. E após isso, eu fiquei por alí batendo papo com o sulafricano escultor de areia, que tal qual os vendedores de bebidas, não tem o menor interesse na presença daqueles ladrões, eles precisam da frequência dos turistas para ganharem o seu ganha pão honestamente, seja com sua arte, seja com sua bebida. Papo vai, papo vem, de repente o sulafricano avistou a mais ou menos uma distância de 100m o MESMO ladrãozinho "cigano" furtando os pertences de outro turista que estava cochilando na areia. A minha revolta foi tão grande com aquela situação, com a parcimônia de todos em volta, me coloquei na situação daquele turista e me imaginei passando por todo o sofrimento de perder suas fotos, dinheiro e documentos, na hora o meu sangue ferveu como poucas vezes na vida e pensei: não não, hoje não! Lembrei do tempo em que morei no Texas e fazia atletismo, corria os 100m e 200m, visualizei uma pista em linha reta entre mim e o ladrão X (que caminhava com a bolsa escondida no casaco) e disparei! Mistura de Forrest Gump, Usain Bolt e Chapolin Colorado, corri com minha astúcia e minha camisa fosfluorescente, que mais parecia o uniforme da policia municipal de barcelona ou um marca texto mesmo, e alcancei o ladrão fioduaégua. Agarrei ele pelo colarinho ordenando, em português mesmo, que devolvesse a bolsa. Ele não esboçou reação alguma além de devolver a bolsa e, dessa vez, sair correndo, não sem antes tomar um chute na bunda. Em seguida, quando olhei pra areia o furtado veio na minha direção e quando chegou perto, se ajoelhou agradecendo o que tinha acabado de fazer por ele. Falava um espanhol "arrastado", que logo me fez desconfiar, e então perguntar: de onde você é? resposta: Argentina. Ter alguém de joelhos agradecendo aos seus pés já é bom, e sendo argentino - como diria Galvão Bueno - é melhor ainda!!!
Meus estimados amigos viajantes, não se deixem levar pelo glamour do sul francês, da elegância do norte da Itália, do pluralismo barceloneta, da antiguidade clássica grega. Todas essas áreas registram a atuação dos famosos "pick-pockets". Desde já, quero deixar claro, que isso não é uma campanha contra visitar estes locais, pelo contrário, recomendo TODOS eles, o que venho fazer aqui e abrir os seus olhos de que por mais desenvolvidas que essas cidades sejam, elas são cidades reais, onde houver oportunidade, haverá alguém querendo tirar partido dela. O que muda entre Rio, Paris, Milão, Barcelona é a frequência com que incidentes ocorrem, mas acreditem, em qualquer lugar eles podem ocorrer.
Portanto viaje sempre com alerta ligado, olho vivo, carteira no bolso da frente, câmera pendurada, bolsa de zíper (ou no bom português: fecho eclair), e sem ostentação de ouro e jóias... se caso queira dar um mergulho, peça pra alguém de confiança vigiar ou então terá de contar com a atuação de algum turista maluco se achando o paladino da justiça e cruzando o céu num tom amarelo fluorescente.








3 comentários:

  1. Um amigo perdeu TUDO no Chile semana passada.... E a gente continua achando que brasileiro é esperto e saca tudo de malandragem..

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